quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Nossas Escolhas – da infância a profissão- dois breves relatos de Maria Teresa e Manuella


De veterinária a médica cirurgiã.

Quando tinha cinco anos queria ser veterinária. Amava a ideia de tratar os bichinhos. Sempre quando ia numa pet shop ficava admirando a maneira carinhosa como os veterinários faziam seu trabalho. Minha ideia era trabalhar com animais maiores , como cavalos, leões, de preferência no zoo do Beto Carrero ou na Cavalaria da Polícia Militar. Certa feita , eu e minha família, fomos passar um dia no sítio de um amigo. Lá havia muitos cavalos, o cheiro de terra e o verde da mata me encantavam. Além de nossa presença , tinha também o veterinário do sítio. Um homem forte, parecendo ter uns trinta e cinco anos, que ao saber que eu queria seguir a mesma profissão dele , me informou que iria castrar um cavalo e que eu poderia assistir pois já tinha treze anos. Minha mãe permitiu. Para castração o veterinário pediu auxílio a mais dois peões do sítio, deitando o bicho no chão, aplicando-lhe uma injeção anestésica nos testículos, derramou um líquido vermelho, usou um bisturi tirando um dos testículos e jogando-o na grama. Um dos cachorros que assistia a tudo abocanhou aquilo como se fosse um manjar. Nada contra pois os cachorros de sítio geralmente são caçadores e comem de tudo. E assim a cena se repetiu na retirada do segundo testículo. Depois o cavalo levantou-se e como se nada tivesse acontecido voltou a pastar. O veterinário tirou suas luvas e foi embora. Naquele dia abandonei declaradamente a ideia de ser uma veterinária. Na verdade eu conhecia o lado bonitinho da pet shop. A ideia de pensar que o cavalo estivesse sofrendo, e que o cachorro naquele momento era totalmente desprovido de ser doméstico me assustou profundamente, assim como a suposta "frieza" do veterinário. Suposta porque acredito que ele tem que camuflar seus sentimentos para poder fazer o seu trabalho. Por isso acho importante conhecer as profissões, ter acesso a todas as informações sobre a mesma. O apoio da família é fundamental e a orientação da escola e dos professores mais ainda. Estar inloco, conhecendo, interagindo, se decepcionando ou não é um fator determinante nesse processo. A pet shop entrou no meu mundo de sonhos de criança e a cirurgia que o veterinário executou me fez perceber as possíveis realidades da profissão de veterinário. Não que eu ache que deva ficar presa em minha formação, mas tenho que sentir satisfação em fazê-la.
O mais interessante nessa história toda é que hoje , com quatorze anos , pretendo ser médica cirurgiã.
Qual será a próxima experiência que terei para mudar o rumo da minha vida na escolha da profissão?
Texto produzido por, SILVA SANTOS, Maria Teresa

Os caminhos da profissão
Para ser um bom profissional e caminhar com as próprias pernas, antes temos que estudar muito para que no futuro possamos ter uma boa profissão. O profissional deve seguir o caminho que se encaixe em suas qualidades e também um trabalho que seja prazeroso. Apesar disso, hoje em dia a maioria das pessoas procuram profissões que rendam mais, pois sabemos que o custo de vida a cada dia vem aumentando.
Quando escolhemos nossa profissão, sempre ficamos em dúvida se iremos chegar aonde queremos, mas são estes mesmos pensamentos que fazem com que muitos adolescentes desistam de seus sonhos.
Eu, Manu, sou uma menina de 15 anos e estou no primeiro ano do ensino médio, entendo todos os pensamentos que hoje em dia os adolescentes ficam “martelando” em suas cabeças, exemplo: O que vou ser quando crescer? Vou ser pobre ou rico? Vou ter minha própria residência? Meu salário vai ser bom? Vou conseguir fazer meu TCC? Onde vou trabalhar pela primeira vez?Mas pensem comigo, nós passamos pouco mais de oito anos estudando no ensino fundamental e não é uma faculdade que vai nos derrubar ou nos fazer morrer na praia depois deste longo caminho. Tenha confiança e vá em frente pois este é seu futuro.
Um exemplo:
Como já disse tenho 15 anos e estudo no colégio tradição, adoro estudar e eu sempre fui muito responsável . Nasci em uma cidade que é muito conhecida digamos assim por uma “especiaria” chamada, pão de queijo, que é Belo Horizonte .Nasci nesta cidade porque naquela época não haviam muitos recursos na cidade de minha família (Florianópolis). Nasci deficiente visual mas apesar de tudo que passei (Cirurgias e viagens longas para encontrar algum recurso que possa me ajudar a um dia vir a enxergar) consegui chegar a onde estou e espero ir muito mais longe e fico muito agradecida a todos que me apoiaram desde meu nascimento, sempre agradeço a Deus todos os dias e sempre vou pensar em todos meus amigos, professores, médicos, todos que me conheceram e me ajudaram a realizar meus sonhos.
Eu, Manu, sou uma menina que batalha muito para conseguir o que quer.
Texto produzido por BASTOS SILVA, Manuella

No ano de 2000 o Jornal da Trindade fez uma entrevista com os alunos de minha escola com o título “Galeria da criança”, perguntando-nos :
“o que você que ser quando crescer?”
Então mostrarei a vocês esta entrevista com os pensamentos antigos e os atuais também.















7 comentários:

  1. Adorei os textos. Foram muito bem formulados e me ajudaram a perceber que a dificuldade não é só minha. Além disso, o exemplo dado pela Maria Teresa da experiência serviu para abrir meus olhos e pesquisar muito mais antes de decidir qualquer coisa. Lendo pela primeira vez é engraçado, mas refletindo depois, é um pouco assustadora a idéia de decepção.

    Beijos!

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  2. Força minhas lindas e continuem suas buscas pelo conhecimento, espero que vcs percebam que apesar de ela nunca terminar pode ser essa talvez a chave da felicidade pessoal.
    Amo vcs bjs.
    Prof. Margô.

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  3. Impressionante como os anos de estudo nos modificam e novas portas para outros caminhos nos são abertas. Somos pessoas que estamos sempre prontas a mudanças e elas surgem tão rápidas que, muitas vezes, nos assustamos. Escolher uma profissão é algo muito difícil e frágil, pois num piscar de olhos já estamos defronte de outras possibiliades e talvez essas nos chamem mais atenção. Querer ser médica aos cinco anos e decidir por ser professora não tem nada de anormal. A vida ensina, mostra nossas aptidões, nossos desejos, daí basta apenas seguir nossos destinos...

    Adorei o texto de vocês...
    E uma dica: sigam seus instintos, só assim irão longe...

    Beijos da Tia Cris :)

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  4. Amei... é isso mesmo, muitas vezes, um simples momento que vivemos pode ser fundamental para escolhermos nossa profissão.

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  5. Olha só a dupla dinâmica dominando a Internet! É isso aí meninas, a revolução é de pensamento. Que bom que toparam o desafio de trazer, para o mundo virtual, discussões e desejos reais.

    Muito boa a discussão de vocês sobre as profissões. Enfim, coisas como o vestibular, verdadeiramente, acabam sendo um tanto cruéis a medida que tentam passar a idéia de que ali, um aluno de 17 anos, terá de escolher o seu destino para a vida toda, o que não é verdade. Escolhas são adaptáveis, obedecem a nossos momentos e desejos. Enfim, como diria Raul Seixas "Eu prefiro ser, essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".

    abraço grande meninas!

    Prof. Alan.

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